É fácil verificar que muitas pessoas confundem os tipos e níveis de cursos e títulos de pós-gradução. Aqui apresento algumas considerações. Há dois tipos de pós-graduação: lato sensu e stricto sensu.
Neste post, apresento algumas questões tomando como base as áreas de Letras, Linguística, Educação e Ciências Humanas em geral. Nas áreas de saúde e ciências exatas, por exemplo, as questões são um pouco diferentes.
A pós-graduação lato sensu é, em geral, mais diretamente voltada para o exercício de atividades profissionais. Neste tipo de curso, o estudante busca aprofundar os seus conhecimentos em uma área, que pode ser um campo da sua graduação ou um outro campo. as formas de ingresso dependem do curso e da instituição. A duração mínima é de 360 horas de aula. Ao final, o aluno apresenta um trabalho final de curso que, na maioria das vezes, é uma monografia ou um artigo. Ao longo do curso que dura aproximadamente um ano (isto depende da carga horária e da estrutura do curso), o aluno cursa sequencialmente uma séria de disciplinas – também chamadas muitas vezes de módulos. A maioria dos cursos concentra-se nos sábados em horários entre 8:00 h e 17:00. No estilo mais comum, as disciplinas são de 36 ou 40 horas, muito frequentemente 4 sábados de aula.
Neste tipo de curso, a titulação dos professores é predominantemente de mestre e doutores. Isto, no entanto, pode ser um pouco diferente dependendo de diversos fatores, inclusive a área acadêmica do curso. Os docentes podem ser da própia instituição ou professores convidados.
As disciplinas são cursadas uma de cada vez na grande maioria dos casos. As universidades tem grande autonomia para a criação de cursos de pós-graduação lato senso. No entanto, em algumas áreas, os Conselhos de Classe têm influência na estrutura do curso.
Em Letras e Educação, os profissionais podem ter quantas especializações quiserem. As especialização oferece um maior aprofundamento em uma área mais delimitada. Um licenciado em Letras pode pretender se especializar em Linguística Aplicada ou Língua Portuguesa, por exemplo. Outra possibilidade é ampliar o campo buscando uma especialização em outra área não estudada na graduação. Um pedagogo pode querem fazer uma especialização em Linguística, já que o campo pode oferecer muitas contribuições para o seu exercício profissional, mas não costuma fazer parte do currículo de graduação.
É importante mencionar que a especialização amplia o campo de trabalho do profissional, mas na maioria dos casos não atribui habilitação profissional. Vejamos um exemplo: se licenciado em Letras cursa uma pós-graduação lato sensu em Pedagogia, ele não vira um pedagogo. Ele é um professor de línguas, com especialização em Pedagogia. Em outras palavras, a habilitação legal é, na maioria dos casos, conferida pelo curso de graduação. Isto depende entre outras coisas da regulamentação da profissão e das exigências legais.
Nas áreas das Ciências Humanas, é comum que os públicos dos cursos sejam bem amplos e interdisciplinares, principalmente das áreas chamadas de áreas próximas. Isto é normalmente apontado pelas instituições que ofecerem os cursos de pós-graduação.
A grade curricular pode variar muito. Assim, não observe apenas o título do curso de especialização, mas verifique os objetivos e as disciplinas. Dois cursos de especialização em Linguística ou Linguística Aplicada podem ter estruturas e objetivos muito diferentes, que podem ser refletidas na grade curricular e nas formações e áreas de atuação dos docentes.
Caso deseje fazer uma especialização e tenha dúvidas, informe-se com a universidade, com o coordenador do curso e, em alguns casos, com o Conselho de Classe.
Em outro post, traterei da especialização stricto senso.